Produz “super sangue” para tratar o cancro e recebeu 100 milhões de dólares para continuar a fazê-lo. Eis a Robius Therapeutics
O “super sangue” consiste em glóbulos vermelhos produzidos nos laboratórios da empresa e “armados” com uma proteína terapêutica. Estes glóbulos ao serem administrados no corpo – numa quantidade inferior a 1% do nosso sangue – conseguem responder a uma necessidade específica.
Atualmente, a empresa está a desenvolver tratamentos de reposição de enzimas que o corpo não produz – grupos de substâncias orgânicas de natureza normalmente proteica – e tratamentos para o cancro.
O novo financiamento que a Robius Therapeutics recebeu – no valor de 100 milhões de dólares – vai permitir que a empresa desenvolva ensaios clínicos.
Esta foi a segunda vez que a empresa recebeu financiamento. Em junho de 2017, a Robius já tinha angariado 120 milhões de dólares, provenientes de investidores, incluindo a Flagship Pioneering.
Em 2017, a FDA aprovou pela primeira vez duas versões de terapia das células, conhecida como “CAR T-cell therapy”. Estes tratamentos – aprovados para, por exemplo, tratamento de cancro no sangue – não funcionam como um comprimido que possa ser produzido em massa. O tratamento é feito a partir do próprio sistema imunológico de uma pessoa, o que faz com que o processo demore cerca de 3 semanas.
O médico começa por remover do corpo do paciente glóbulos brancos, responsáveis por combater infeções e substâncias externas. De seguida, as células são redesenhadas para conseguirem reconhecer as células cancerígenas e eliminá-las. Essas células, no fim, são novamente administradas no paciente.
Pelo contrário, a Rubius quer com o seu "super sangue" criar tratamentos que não precisam de ser personalizados e, logo, que são passíveis de ser produzidos em larga escala. No futuro, o objetivo passa por usar o “super sangue” para tratar outras patologias, como tumores ou doenças autoimunes.