Com viaturas de luxo e jatos privados, a Mottion quer fazer mais do que dar-lhe boleia

Sebastião d’Ávila tinha 16 anos quando teve a sua primeira experiência empresarial. “O meu pai é brasileiro e estou habituado a ir ao Brasil entre três a quatro vezes por ano. Montámos uma grande operação no Brasil e eu era diretor do projeto. Era uma empresa de distribuição e importação de produtos de luxo, de Wine & Spirit”, começa por contar.

A frequência com que viajava entre dois continentes fez com que fosse observando certas características de transporte. “Desde jovem usei este tipo de transporte como cliente e havia necessidade de uma quantidade extra de serviços para estes segmentos. As empresas cingiam-se muito ao fazer o cliente entrar no carro e deixá-lo num sítio. O Brasil é um mercado que utiliza transporte de luxo e foi aí que ganhei o bichinho para me introduzir neste setor”, refere.

Agora, aos 23 anos, Sebastião quer marcar a diferença. Por isso, surgiu a Mottion, uma startup que atua no setor do transporte premium, com transporte terrestre de passageiros em viaturas de luxo e transporte de passageiros em jatos privados, com todos os serviços complementares.

“Nós destacamo-nos na própria base do serviço e em todos os complementos. Uma das coisas mais básicas do motorista é abrir a porta do carro, ver a temperatura, servir água, dominar diversas línguas para pôr o cliente à vontade e a certificação”, explica o CEO.

Mas a Mottion é mais do que isso. “Os nossos motoristas têm uma certificação pela IBA [International Bodyguard Association], ou seja, estão preparados para proteger os clientes. Estão habituados a ter atenção a todo o tipo de detalhes. Se a pessoa estiver num lugar mais confuso eles têm um tipo de atitude para acompanhar a pessoa até ao local previsto. Este nível de formação, num extremo, pode permitir licença de uso e porte de arma, por exemplo, para escoltas. Todos os nossos motoristas têm de ter certificação, não é só um ou outro. Esta é uma das nossas diferenciações. Assim as pessoas sentem-se muito seguras connosco”.

Já no setor da aviação, a Mottion trabalha “com várias empresas para dar as melhores propostas do mercado”, tendo ainda “serviços complementares de acompanhamento no aeroporto, tanto para clientes que viagem em companhias privadas como quem viaja em aviação comercial”.

A atividade tem vindo a crescer, especialmente no setor terrestre. "Fazemos uma média, por viatura, de sete ou oito serviços por turno. Por cada 24 horas em cada carro fazemos uma média de 14 a 16 serviços. Na aviação é impossível de o fazer”, explica.

Tendo começado a atividade com frota própria — no que diz respeito ao transporte por terra — há três meses, agora o objetivo é, segundo Sebastião, “implementar uma estratégia de consolidação no mercado português e depois avançar nos próximos seis meses para Londres. É uma cidade que, para este tipo de serviços, é muito boa”.

O sonho, esse, ainda é maior: ter a Mottion em cinco países da Europa, em cidades como Genebra, Zurique, Londres, Paris e Milão.

Os serviços podem ser solicitados online e os preços dependem da viatura, do avião e da rota. Um serviço de transfer em Lisboa ronda os 25€ num Mercedes Class E e uma hora de voo num Citation CJ3 ronda os 2800€.